Por que realizar estudos de valoração econômica de ecossistemas e biodiversidade?

A economia tradicional não reflete sua alta dependência do mundo natural (ecossistemas e biodiversidade). Há uma necessidade de se inserir em decisões econômicas e políticas, dos setores públicos e privados, a valoração econômica dos serviços ecossistêmicos prestados à sociedade, à economia e à cultura. O estilo tradicional de “proteger” o meio ambiente por si só (sem incluir exercícios de valoração) até o momento falhou em prevenir a destruição de vários habitats e a grande perda de biodiversidade. Há uma tendência econômica tomando força na arena internacional, regional e nacional, de reconhecer que os serviços dos ecossistemas produzem uma variedade de benefícios, criando novas oportunidades para comunidades locais e redirecionando os investimentos para conservar o meio ambiente e suas funções ecossistêmicas.
Esta tendência é chamada de economia verde.
Uma transição da economia tradicional para uma economia verde exige a redefinição do papel, dos objetivos e da resiliência do nosso sistema econômico. Há muitos diagnósticos e soluções apontadas pela comunidade internacional para incorporar na economia o valor dos serviços ecossistêmicos. Mas essa solução poderia tratar os sintomas das doenças existentes no meio ambiente? Considerar o valor dos serviços ecossistêmicos e nos levar na direção que nos ajude a superar os desafios para se alcançar uma economia que promova o desenvolvimento e ao mesmo tempo emita menos dióxido de carbono (e outros gases causadores do efeito estufa)?
Ou seja, uma economia verde, de baixo carbono, que promova a proteção ambiental, a igualdade e o crescimento econômico? Ou devemos entender o valor intrínseco da natureza como suficiente (sem necessidade de valorações econômicas) e preservá-la por sua própria causa?
Uma maneira de conduzir a humanidade para a rota da economia verde seria aumentar a regulamentação e as medidas de comando e controle. Outra alternativa seria alcançar uma economia de baixo carbono, utilizando sinais de Mercado demonstradores da disponibilidade (ou escassez) de recursos naturais e seus serviços ecossistêmicos. Muitos indivíduos confiam nos instrumentos de mercado e nas abordagens voluntárias. Seria possível para o mundo financeiro e empresarial adotar uma abordagem delongo prazo para o retorno dos investimentos? A avaliação econômica dos serviços ecossistêmicos poderia ajudar no desenvolvimento de políticas para motivar as empresas a internalizar seus impactos negativos na prestação de serviços ambientais?

O estudo de valoração econômica dos serviços ecossistêmicos da Serra da Moeda, um projeto realizado em parceria com a Bicho do Mato Instituto de Pesquisa, o Instituto Internacional de Desenvolvimento Sustentável (IISD) e outros parceiros, acredita que métodos de valoração econômica e seus resultados analíticos auxiliam cidadãos, mulheres, NGOs, autoridades e tomadores de decisão a escolherem os melhores usos da terra e do meio ambiente em suas comunidades locais. Tal abordagem fornece informações sobre os valores de serviços ecossistêmicos que serão perdidos (ou incrementados) pelo desenvolvimento de atividades econômicas e quais os impactos que tais perdas podem trazer para a saúde, economia, fornecimento de água, ar limpo e proteção de solos das comunidades da Serra da Moeda. O estudo analisa questões sobre os benefícios e lacunas da avaliação econômica dos serviços ecossistêmicos e sua capacidade de incorporar o valor da natureza na tomada de decisões para novos projetos, políticas e negócios.
Junte-se a nós e participe do projeto da Serra da Moeda.

Por Karen Alvarenga

Maiores informações e detalhes:

Projeto Valoração da Biodiversidade e dos ecossistemas da Serra da Moeda

contato@bichodomatoip.org


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