Happy Hour Científico_ Falcoaria no Brasil: A solução milenar para problemas atuais

More

14 de setembro de 2017 19:00 - 22:00

Dia 14 de setembro volta o nosso HHC (Happy Hour Científico), evento de entrada livre para todos aqueles  profissionais, pesquisadores, professores e que tenham interesse na área.

O tema vai ser a Falcoaria no Brasil, da mão de João Paulo Diogo Santos, Presidente da Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de aves de Rapina.

A nossa casa será aberta ao público a partir das 18:30 e a palestra terá início às 19:30. Na sequencia, seguiremos com a confraternização até as 22:00 h.

Entrada livre.
Para maiores de 18 anos.
Mais informações contato@bichodomatoip.org.
Telefone: (31) 2515-2578

 

Segue um pequeno texto sobre o tema só para esquentar motores…

 

Por Bruno Martins da Silveira Gomes Paes
Diretor Secretário da ABFPAR.


Sim! A falcoaria também é um problema seu, muito embora você não possa concordar comigo em um primeiro momento.
Para você que não tem idéia do que estamos tratando, conhece-se como falcoaria a arte milenar de se treinar aves de rapina (gaviões, falcões, águias e corujas) para a finalidade de caça. Tal nobre arte foi reconhecida como patrimônio imaterial da humanidade pela UNESCO em 16 de novembro do ano de 2010, sendo a moção que contou com a assinatura de mais países em sua história.
E porque que eu digo que a falcoaria é um problema seu. No ano de 2007 o CONAMA – CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE editou resolução de número 394, na qual em seu art. 3º, teve por bem criar a chamada “LISTA PET”. Tal lista faz alusão as espécies de animais silvestres que o orgão ambiental autorizará que se repoduza comercialmente para a finalidade de companhia. Das últimas minutas que se teve notícia da famigerada lista, não se contemplava nela qualquer espécie de aves de rapina.
Não havendo aves de rapina comercializadas de forma legal, a maioria dos programas de manejo de fauna aplicados em aeroportos e sítios aeroportuários quedar-se-ão prejudicados, uma vez que em tal lugares não mais se poderá aplicar as técnicas de falcoaria.
E como se aplicam as técnicas de falcoaria nestes lugares? Falcões e gaviões treinados são inseridos de forma planejada por uma equipe capacitada, com a finalidade de perseguir e ao fim capturar a fauna nociva a atividade aeronáutica (ex: urubus, garças, quero-queros…). A inserção de um predador natural naquela localidade, com rotinas diárias de perseguições e capturas transmitem de forma rápida a avifauna presente que , diariamente naquele local, existem predadores ávidos o que via de regra, causa a debandada de tais animais em buscas de lugares mais seguros e afastados dos aeroportos.
E os animais capturados? Para onde vão? São acompanhados por uma equipe de veterinários e biólogos, que após verificarem suas condições de saúde realizam o respectivo anilhamento (para fins de identificação) e posterior soltura em área determinada pelo órgão ambiental competente.
O afugentamento da fauna nociva a atividade aeronáutica por intermédio da falcoaria, evita, pelo menos na sua esmagadora maioria, a ocorrência do chamado “BIRD STRIKE (expressão aeronáutica inglesa que define ” colisão de aves em aviões”).
A ocorrência de “BIRD STRIKE” é capaz de derrubar aeronaves em procedimentos de pouso e decolagem (quem não se lembra do airbus que pousou no Rio Hudson/EUA?), ante a delicadeza que tais operações requerem por conta da velocidade reduzida que as aeronaves desempenham nestas situações. Fora isso, pelo forte impacto do acidente, muitos tripulantes sofrem lesões físicas irreversíveis, não podendo mais exercer sua atividade profissional; além dos prejuízos econômicos sofridos pelas empresas para realizarem os reparos da aeronave.
Para se ter uma noção de grandeza sobre o estrago resultante das colisões, anexo algumas fotos a esse post.
Quando freqüentava o curso de piloto privado e desenvolvia minhas horas de vôo já me vi em situações complicadas, mas que graças a manobras de desvio nunca foram levadas a cabo. Me lembro que na época (2008), não fazia idéia de como solucionar o referido problema nas fases de decolagem e aproximação, a não ser ter que desviar daquele “obstáculo natural” e ficar atento ao reporte de aeronaves ou de controladores que informavam a ocorrência de bando de pássaros em determinada região. Já hoje, tenho plena certeza que existe um método eficaz.
Portanto, saiba você, leitor interessado ou desinteressado, aeronauta, legislador, membro do poder executivo, autoridade ambiental e congêneres que ao embarcar em um avião num dos inúmeros aeroportos do Brasil (cito como exemplo Galeão, Pampulha, Confins, Brasília, Vitória, Porto Alegre além de muitos outros), que existem falcoeiros com suas aves de rapina zelando pela sua segurança, dos seus amigos, da sua família e da população residente nas proximidades de sítios aeroportuários, buscando a todo momento evitar a ocorrência de uma eventual colisão e de preservar suas vidas.
A falcoaria no Brasil ainda é aplicada em diversas outras atividades, que serão objeto de post’s distintos que serão realizados pela ABFPAR para evitar o alongamento e desmotivação de leitura deste.
E então? Tem certeza que a lista pet e a falcoaria não é um problema seu?


< Ver todos as notícias